sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Relato de um desmemoriado


De que eu deveria me lembrar?
Há alguma coisa, só preciso tentar.
Somente pessoas sem rosto.
Vozes abafadas, conversas exaltadas.


Como posso me assegurar
De que este é meu verdadeiro lar?
Sobre sonhos nada se sabe.
Será que existem? Somos reféns.


Talvez não seja necessário incomodar
A dor do que não é, não precisa.
Se nenhum sentimento ficou
Faça-se uma nova vida, um novo show.



Eu me esqueci.
Nem sei se perdi.
O melhor que posso fazer, sorrir.

sábado, 21 de novembro de 2009

Relato de um psicopata


Quem diria: Psicopata!
Quem diria que tudo não vale nada.
Perseguição, desejo que atormenta.
Alucinação, ouça a voz dessa doença.

Esses olhos vão onde vou
Não se vão nem com todo sangue que se espalhou.
Precisa ir embora
Vai corre depressa, não demora.

Tudo meticulosamente planejado.
O sacrifício já está agendado.
Aqui não há saída
Quando esses olhos entrarem perderá a vida!

O sangue está em minhas mãos
Manchei o meu nome em vão.
Não vejo os olhos, mas ouço sua voz.
Todo meu ser enlouquece, fica feroz!

Não sou mais eu.
Mesmo assim sou eu.
Quem sou eu?
Isso sou eu!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Providência


Foi coisa do divino.
Ele me escutou desde o início.
Vi Ele em você.
Você viu Ele em mim.
Senti Ele entre nós.


Você me apontou Deus.
Deus me apontou você.
Não pode ser coincidência,
Pedido atendido é providência.


Disse eu que queria amar.
Nem passou um minuto, um segundo sequer.
Bastou apenas um olhar
Para nos apaixonarmos.
Tornou-se inevitável a aproximação.
Há uma ligação...


Esses segundo que antecedem
Parecem não entender o que essas almas pedem
Anteceder não dá, o melhor é esperar.
Na hora certa vem.
Então, não tem que se desesperar.
Se é certo que o amor irá reinar.


Mas não adianta insistir, implorar nem pedir.
Antes da hora não vem.
Então, meu bem, siga por essa estrada termine a caminhada.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Devaneios de uma dominada


O que é que me consome?
Diga, por favor, seu nome.
De onde vem e o que é?
Como desperta em mim tanta fé?

Magia, trabalho, feitiço?
O verdadeiro sentido fica sempre omisso.
Instinto químico ou divino?
Anormalidades que exigem diagnóstico cliníco.

O corpo deixa de ser meu,
Paira numa dimensão qualquer e se torna seu.
Ou melhor passa a ser própria coisa
Que o enlouquece, me atestando como louca.

Possessão, vudu, alucinação.
Estou livre dentro desta prisão!
Virtude ou pecado?
Agradeço ou fico esperando ser perdoado?

Quem me dará absolvição?
Só tenho passe livre pro reino da maldição?
Quem me deu essas asas
Esqueceu a porta fechada, não posso voltar pra casa.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A transformação de um sentimento


Não tem porque chorar.
O que é não dá pra mudar.
Ainda sinto o peito apertar.
E o ar me faltar.


Respiro bem fundo!
Algo tão puro e tão profundo
Torna-se insuportável num segundo
O sentimento sai de mim pro mundo.


É algo que não posso guardar
Nem antes que vinha do verbo amar
Menos agora que me obriga a odiar.
Os sentimentos fluem, não sabem ficar.


Em sua essência são os mesmos de antes.




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